Corpo em risco
Resumo
Este trabalho busca entender o risco no processo de construção do corpo como espetáculo. Focaliza mais especificamente a materialidade do risco no corpo do acrobata aéreo e sua produção de uma estética do risco no circo. Tem por objetivo entender os mecanismos de criação da ilusão do risco no espetáculo circense e suas funções no enquadre do risco-aventura na sociedade contemporânea. De modo a entender a ilusão assim criada, tomada como ingrediente fundamental da relação entre o público e circo, partimos do pressuposto que todo risco tem seu duplo nas estratégias de segurança. Ou seja, a busca da vertigem na modernidade tardia tem uma interface com uma diversidade de tecnologias de segurança: modalidades de seguros, estratégias de prevenção, equipamentos de segurança além de um treinamento exaustivo para aquisição da técnica precisa na execução dos movimentos. É a segurança que garante a eficácia da estética do risco. Desta forma, esta pesquisa se situa na confluência do risco como estética e sua materialização no corpo do acrobata. Utlizamos um acervo diversificado de informações: observação, diário de campo, registros fotográficos, pesquisa de imagens, entrevistas, documentos de domínio público. Os ensaios que compõe o texto buscam responder às perguntas: Onde está o risco nesses corpos e nesse espetáculo? Que usos são feitos dos riscos? Como foi possível que as sensibilidades em relação ás práticas corporais de risco se transformassem tanto? O caminho percorrido se inicia pela contextualização da noção de risco, passa pela caracterização do espetáculo circense, segue pelos aspectos maquínicos e disciplinares do corpo acrobata para então chegar ao foco do estudo: o acrobata aéreo, corpo que cria a ilusão do risco e traz a imagem da superação dos limites, assim como nos fala das formas contemporâneas de subjetivação.Palavras-chave
Cuerpo, Riesgo, AcróbataPublicado
2004-11-01
Como Citar
Guzzo, M. (2004). Corpo em risco. Athenea Digital. Revista De Pensamiento E investigación Social, 1(6), 56–65. https://doi.org/10.5565/rev/athenead/v1n6.148
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