Da representação da mulher nas composições da banda norte-americana Bikini Kill
Resumo
O punk é um movimento de contracultura opositor ao sistema e a cultura dominante, com ideologias antifascistas, antisexistas e princípios de igualdade. Na vertente do punk hardcore, surge, em 1991, a banda norte americana Bikini Kill, objeto deste trabalho, que em suas composições aborda temas com viés feminista, político e de denúncia. Neste trabalho, a música é vista em sua dimensão social, enquanto produtora de identidade e representante do contexto sócio-histórico. O objetivo foi analisar as músicas da banda, identificando a perspectiva do feminino e as implicações sociais presentes, para compreender a identidade das mulheres daquele contexto. A metodologia empregada foi a análise bibliográfica-documental das músicas, de textos e materiais produzidos sobre o punk e o feminismo. A análise relacionou as composições com o contexto sócio-histórico em que foram escritas e cantadas, considerando a abordagem histórica-social de Lev Vygotsky, sobre a arte e seu papel social, e teóricas feministas como Judith Butler.
Palavras-chave
Feminismo, Contracultura, Identidade, Representação, Riot grrrlReferências
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