Experimentações queer em uma pesquisa sobre produção de feminilidades em “corpos trans”
Resumen
Neste artigo, analisamos alguns aspectos relativos à alteridade, tomando o corpo não apenas em sua materialidade, mas, sobretudo, em suas propriedades de afetações e (im)possibilidades. Essas reflexões são apresentadas tendo por base uma experimentação, desenvolvida no curso do desenvolvimento de uma dissertação de mestrado, que consistiu na experiência de “se montar” empreendida pela pesquisadora (registrada ao nascer como sexo feminino), como forma de lançar olhares e perguntas à construção da pesquisa. Por meio desta experimentação e dos diálogos subsequentes a ela, dialogamos sobre os limites e possibilidades de um corpo teórico Queer, adentrando em questões da produção do modelo dimórfico dos corpos, a heteronorma, e na inteligibilidade que produz corpos viáveis ou não. Neste processo abordamos ainda questões relativas à abjeção e ao gênero como performatividade.Palabras clave
Alteridade, Performatividade, Corpo, TransexualidadeCitas
Arán, Márcia (2006). A transexualidade e a gramática normativa do sistema sexo-gênero. Ágora, 9(1), 49-63 http://dx.doi.org/10.1590/s1516-14982006000100004
Benedetti, Marcos (2005). Toda feita: o corpo e o gênero das travestis. Rio de Janeiro: Garamond.
Bento, Berenice (2006). A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro: Guaramond.
Butler, Judith (1990/2013). Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
Butler, Judith (1993/2008). Cuerpos que importan: sobre los limites materiales y dicursivos del “sexo”. Buenos Aires: Paidós.
Butler, Judith (2002). Como os corpos se tornam matéria: entrevista com Judith Butler. Revista Estudos Feministas, 10(1), 155-167. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-026x2002000100009
Butler, Judith (2004/2006). Deshacer el gènero. Barcelona: Paidós.
Carvalho, Bruno Robson de Barros (2013). Tá pensando que travesti é bagunça? Repertórios sobre travestilidade, em contextos de criminalidade, por jornais de Pernambuco. Dissertação de Mestrado inédita. Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
Fausto-Sterlling, Anne (2000). Sexing the body. New York: Basic Books.
Favret-Saada, Jeanne (1990). “Être Affecté”. Gradhiva: Revue d’Histoire et d’Archives de l’Anthropologie, 8(1), 3-9.
Foucault, Michel (1969/2000). Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Foucault, Michel (1975-76/2009). História da sexualidade: vontade de saber. São Paulo: Graal.
Foucault, Michel (1976/1999). Em defesa da sociedade: curso no College de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes.
Foucault, Michel (1979/2004). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal.
Galli, Rafael Alves (2013). Roteiros sexuais de transexuais e travestis e seus modos de envolvimento sexual-afetivo. Dissertação de Mestrado inédita. Universidade de São Paulo, São Paulo.
Gamson, Joshua (1994/2006). As sexualidades, a teoria queer e a pesquisa qualitativa. En: Norman Denzin & Yvona S. Lincoln (Orgs.), O planejamento da pesquisa qualitativa: planejamento e abordagens (pp. 345-362). Porto Alegre: Artmed.
Lanz, Letícia (2014). O corpo da roupa: A pessoa transgênera entre a transgressão e a conformidade com as normas de gênero. Dissertação de Mestrado inédita. Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Laqueur, Thomas (1990/2001). Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
Lau, Héliton Diego (2015). A (des)informação do bajubá: fatores da linguagem da comunidade LGBT para a sociedade. Temática. 11(1), 90-101.
Leite Junior, Jorge 2008). Nossos corpos também mudam: a invenção das categorias “travesti” e “transexual” no discurso científico. Tese de Doutorado inédigta. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
Leite Junior, Jorge (2012). Transitar para onde? Monstruosidade, (des)patologização (in)segurança social e identidades transgêneras. Estudos Feministas, 20(2), 559-568. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-026x2012000200016
Lice, Paula; Luna, Rodrigo & Martins, Ronei (2013). Jessy [Filme-vídeo]. Brasil: Autor
Louro, Guacira Lopes (2008). Um corpo estranho. Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica.
Pelúcio, Larissa (2007). Nos nervos, na carne, na pele: uma etnografia sobre prostituição travesti e o modelo preventivo da AIDS. Tese de Doutorado inédita. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.
Preciado, Beatriz (2008). Testo Yonki. Madrid: Espasa.
Preciado, Beatriz (2011). Multidões Queer: notas para uma política dos anormais. Estudos Feministas, 19(1), 11-20.
Rubin, Gayle (1975/1986). El tráfico de mujeres: notas sobre la economía política del sexo. Nueva Antropología, 7(30), 157-209.
Sampaio, Juliana Vieira (2013). Viajando entre sereias: Saúde de transexuais e travestis na cidade de Fortaleza. Dissertação de Mestrado inédita. Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
Spink, Mary Jane (2004). Linguagem e produção de sentidos no cotidiano. Porto Alegre, EDIPUCRS.
Vasconcelos, Thaissa Machado (2015). Corpos em trânsitos, transes e tranças: produções de corporalidade por/com mulheres trans. Dissertação de Mestrado inédita. Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
Wittig, Monique (1992/2006). El pensamiento heterosexual y otros ensayos. Barcelona: Egales.
Publicado
Cómo citar
Descargas
Derechos de autor 2016 Thaissa Vasconcelos, Benedito Medrado

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
