Operações de gênero: o filme XXY (2007) e a produção do corpo e do sexo como “naturais”

Autores

  • Luciana Fogaça Monteiro Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Henrique Caetano Nardi Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

Inspirados na concepção Foucaultiana do corpo como superfície de inscrição da história e apoiados nas contribuições de Judith Butler acerca da materialidade dos corpos, o presente artigo trata de problematizar a forma como concepções normativas e binárias de gênero operam de forma a constituir um campo de inteligibilidade para os sujeitos e seus corpos. Para tanto, utilizamos como ferramenta de análise o filme uruguaio intitulado XXY (2007), que conta parte da história e do drama de Alex, uma adolescente interssexual. A proposta é, através da história de Alex, argumentar sobre como o gênero age no processo de naturalização dos corpos, definindo seus contornos e os limites de sua ação e seus prazeres. Desta forma, corpos e sujeitos que não correspondem ao ideal normativo são lançados no domínio daquilo que Butler chamou de “corpos abjetos”. A idéia aqui é, através da história trazida pelo filme, entender como concepções amalgamadas de gênero usam seu bisturi para operam tanto corpos considerados “anormais” quanto os considerados “normais”, afetando a todos.

Palavras-chave

corpo, normas de gênero, processos de abjeção

Biografia do Autor

Luciana Fogaça Monteiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Psicóloga, especialista em projetos sociais e mestranda no Programa de pós-graduaçao em Psicologia social e institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Henrique Caetano Nardi, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Médico, mestre e doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pós-doutor pela École de Hautes Éstudes em Sciences Sociales (2008) e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Publicado

2009-11-01

Como Citar

Monteiro, L. F., & Nardi, H. C. (2009). Operações de gênero: o filme XXY (2007) e a produção do corpo e do sexo como “naturais”. Athenea Digital. Revista De Pensamiento E investigación Social, (16), 35–46. https://doi.org/10.5565/rev/athenead/v0n16.625

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