Participação política de mulheres quilombolas rurais no nordeste brasileiro
Resum
Objetivamos discutir as formas de participação política de mulheres quilombolas rurais, considerando os espaços de inserção, os desafios enfrentados e efeitos produzidos na vida cotidiana. Para tanto, realizamos entrevistas semiestruturadas como tática de produção de dados. As principais instâncias de participação das mulheres se dão em movimentos sociais, sindicato, a associação de moradores e grupos religiosos. Nesses espaços contribuem na presença em reuniões como ouvintes e na contribuição financeira mensal ao sindicato e à associação. As mulheres apontam dificuldades relativas aos lugares tradicionais de gênero, de ordem material como a falta de transporte, inviabilizando a participação em eventos, bem como forte desmobilização comunitária. Identificam repercussões da participação política em termos da melhoria nas condições de vida, na aquisição de novos conhecimentos e alteração nas relações comunitárias e familiares. A identidade étnico-racial e o racismo foram questões pouco evocadas no tocante aos conteúdos tratados nas instâncias de participação política.Paraules clau
Participação Política, Mulheres, Comunidades Quilombolas, RuralReferències
Aguiar, Vilenia (2016). Mulheres Rurais, Movimento Social e Participação: reflexões a partir da Marcha das Margaridas 1. Política & Sociedade, 15, 261. https://doi.org/10.5007/2175-7984.2016v15nesp1p261
Almeida, Alfredo (2011). Quilombolas e novas etnias. UEA Edições.
Almeida, Marineide; Soares, Ana; Lima, Josinete & Santos, Marcos (2013). A participação da mulher em organizações sociais rurais na Amazônia: estudo de caso no Arquipélago do Bailique, Estado do Amapá. PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP, 6(2), 19-31. https://periodicos.unifap.br/index.php/pracs/article/view/801/n6Almeida.pdf
Bargas, Janine & Cardoso, Luís (2015). Cartografia social e organização política das comunidades remanescentes de quilombos de Salvaterra, Marajó, Pará, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, 10(2), 469-488. http://dx.doi.org/10.1590/1981-81222015000200013
Barros, Joana (2014). Movimentos sociais e subjetivação política: anotações sobre sociabilidade política brasileira recente. Revista Em Pauta, 34(12), 91-113. https://doi.org/10.12957/rep.2014.15081
Boni, Valdete (2004). Poder e igualdade: as relações de gênero entre sindicalistas rurais de Chapecó. Revista Estudos Feministas, 12(1), 289-302. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2004000100015
Brito, Maria (2001). Gênero e cidadania: referenciais analíticos. Revista Estudos Feministas, 9(1), 291-298. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2001000100017
Calheiros, Felipe & Stadtler, Hulda (2010). Identidade étnica e poder: os quilombos nas políticas públicas brasileiras. Revista Katálysis, 13(1), 133-139. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-49802010000100016
Costa, Frederico & Prado, Marco (2017). Ações coletivas e comportamento político: produção científica da psicologia social brasileira (1986-2011). Athenea digital, 17(1), 205-230. https://doi.org/10.5565/rev/athenea.1785
Deere, Carmen (2004). Os direitos da mulher à terra e os movimentos sociais rurais na Reforma Agrária Brasileira. Revista Estudos Feministas, 12(1), 175-204. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2004000100010
Duarte, Emmy (2011). Uma análise das relações de gênero e classe o papel diferenciado do sindicalismo rural em Alagoa Grande - PB. Revista Pegada, 12(2), 125-148. https://doi.org/10.33026/peg.v12i2.931
Favareto, Arilson (2006). Agricultores, trabalhadores: Os trinta anos do novo sindicalismo rural no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 21(62), 27-44. https://doi.org/10.1590/S0102-69092006000300002
Figueiredo, Ângela (2018). Perspectivas e contribuições das organizações de mulheres negras e feministas negras contra o racismo e o sexismo na sociedade brasileira. Revista Direito e Práxis, 9(2), 1080-1099. https://doi.org/10.1590/2179-8966/2018/33942
Fleury, Sonia (2014). Educação Popular e questões de poder. Interface: Comunicação Saúde Educação, 18(51), 1489-1491. https://doi.org/10.1590/1807-57622013.0607
Furtado, Marcella; Pedroza, Regina & Alves, Cândida (2014). Cultura, identidade e subjetividade quilombola: uma leitura a partir da psicologia cultural. Psicologia & Sociedade, 26(1), 106-115. https://doi.org/10.1590/S0102-71822014000100012
Gomes, Rita Maciazeki; Nogueira, Conceição & Toneli, Maria (2016). Mulheres em contextos rurais: um mapeamento sobre gênero e ruralidade. Psicologia & Sociedade, 28(1), 115-124. https://doi.org/10.1590/1807-03102015v28n1p115
Gomes, Rita Maciazeki; Nogueira, Conceição; Vazquez, Claudia & Toneli, Maria (2016). Participação política e subjetividade - Narrativas de vida de trabalhadoras rurais do sul do Brasil. Psico (Porto Alegre), 47(2), 148-158. http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2016.2.21933
Hanisch, Carol (1969). The personal is political [site]. http://carolhanisch.org/CHwritings/PIP.html
Lacerda, Roberto & Silva, Gicélia (2016). Reterritorialização, conflitos ambientais e saúde em comunidades quilombolas de Sergipe. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), 8(18), 239-254. http://abpnrevista.org.br/revista/index.php/revistaabpn1/article/view/50
Marin, Rosa & Castro, Edna (1999). Mobilização Política de Comunidades Negras Rurais. Cadernos NAEA, 2(2), 73-106. Recuperado de http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/3131/1/Artigo_MobilizacaoPoliticaComunidades.pdf
Marques, Angela & Freitas, Viviane (2017). Gênero, autonomia e subjetivação política de mulheres negras no Brasil. Líbero, 20(40), 16-28. Recuperado de http://seer.casperlibero.edu.br/index.php/libero/article/view/900/854
Mendes, Maurício; Neves, Sandra; Neves, Ronaldo & Silva, Tânia (2014). A organização das mulheres extrativistas na região sudoeste mato-grossense, Brasil. Revista Estudos Feministas, 22(1), 71-89. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2014000100005
Moraes, Lorena (2017). “Eu escuto o lado bom!” Um estudo sobre mulheres rurais do sertão pernambucano que enfrentam julgamentos e ampliam desejos a partir da participação política. Amazônica - Revista de Antropologia, 8(2), 264-282. http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v8i2.5039
Oliveira, Antonimária & Leite, Jáder (2016). Produção de sentidos sobre a militância política de mulheres vinculadas ao MST. Revista Subjetividades, 16(1), 81-190. http://dx.doi.org/10.5020/23590777.16.1.181-190
Paulilo, Maria (2016). Mulheres rurais: quatro décadas de diálogo. Ed. da UFSC.
Picolotto, Everton L. (2018). Pluralidade sindical no campo? Agricultores familiares e assalariados rurais em um cenário de disputas. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, 104, 201-238. https://doi.org/10.1590/0102-201238/104
Rago, Margareth (2019). “Estar na hora do mundo”: subjetividade e política em Foucault e nos feminismos. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 23, e180515. https://doi.org/10.1590/interface.180515
Ramos, Daniela P. (2015). A família e a maternidade como referências para pensar a política. Revista Brasileira de Ciência Política, 16, 87-120. https://doi.org/10.1590/0103-335220151605
Salvagni, Janaína, & Canabarro, Julice (2015). Mulheres líderes: as desigualdades de gênero, carreira e família nas organizações de trabalho. GeSec - Revista de Gestão e Secretariado, 6(2), 88-110. https://doi.org/10.7769/gesec.v6i2.347
Salvaro, Giovana; Lago, Mara & Wolff, Cristina (2014). Limites e possibilidades da militância política em um movimento social rural de mulheres. Revista Estudos Feministas, 22(1), 51-70. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2014000100004
Santos, Eumara (2019). Ser negro na América Latina: sobre identidades plurais e dinâmicas dos afrodescendentes. Revista Fórum Identidades, 0(1), 45-59. https://seer.ufs.br/index.php/forumidentidades/article/view/11581/8792
Spivak, Gayatri (2010). Pode o subalterno falar? Editora UFMG.
Valentim, Renata & Trindade, Zeidi (2011). Modernidade e comunidades tradicionais: memória, identidade e transmissão em território quilombola. Revista Psicologia Política, 11(22), 295-308. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2011000200008&lng=pt&tlng=pt.
Weschenfelder, Viviane & Silva, Mozart (2018). A cor da mestiçagem: o pardo e a produção de subjetividades negras no Brasil contemporâneo. Análise Social, 227, 308-330. http://dx.doi.org/10.31447/AS00032573.2018227.03
Publicades
Com citar
Descàrregues
Drets d'autor (c) 2021 Jáder Ferreira Leite, Magda Dimenstein, Victor Hugo Belarmino, João Paulo Macedo, Candida Dantas, Andressa Veras Carvalho, Antonio Alves Filho
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Aquesta obra està sota una llicència internacional Creative Commons Reconeixement 4.0.