Aparatos de inscrição segundo Latour e Woolgar: Trabalhando com materialidade em documentos

Autores/as

Resumen

Nesse ensaio buscamos um modo de trabalhar com documentos na interface com o conceito de “inscritores” desenvolvido pelo antropólogo Bruno Latour e o sociólogo Steve Woolgar, quando ainda se iniciavam os primeiros estudos da chamada Teoria Ator-Rede. Os inscritores têm a responsabilidade de “materializar” algo que está sendo pesquisado (mapas, gráficos, fotografias, etc.). Como exemplo de documento nos repostamos ao dicionário que expressa e constrói linguagem, esta entendida como prática. Documentos, como o dicionário, propagam modos de vida cotidianos, indo muito além de um compilador de vocábulos, já que expressam práticas de poder que criam determinadas possibilidades de interpretação e de visibilidade. Concluímos que documentos, devem ser analisados como “dispositivos de inscrição”, construído em linhas de articulação compartilhadas, ou seja, em redes. A materialidade dos documentos são tanto os agenciamentos que lhe fazem existir como os agenciamentos que eles produzem.

Palabras clave

Teoria Ator-Rede, Inscritores, Análise de Documentos, Bruno Latour

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Biografía del autor/a

Ricardo Pimentel Méllo, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Professor do Departamento de Psicologia e Coordenador do Núcleo de Estudos sobre drogas na Universidade Federal do Ceará (UFC). Colabora com o Núcleo de Estudos sobre Práticas Discursivas e Produção de Sentidos (PUC-SP-Brasil).

Publicado

08-11-2016

Cómo citar

Méllo, R. P. (2016). Aparatos de inscrição segundo Latour e Woolgar: Trabalhando com materialidade em documentos. Athenea Digital. Revista De Pensamiento E Investigación Social, 16(3), 367–378. https://doi.org/10.5565/rev/athenea.2011

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