Níveis de análise nos estudos sobre os significados do dinheiro

Level of Analysis in the Studies of the Meaning of Money

  • Sabrina Cavalcanti Barros
  • Livia de Oliveira Borges
  • José Luis Álvaro Estramiana
Estudos sobre os significados do dinheiro têm evidenciado empiricamente seu caráter multidimensional. Apesar de sua relevância social, tem havido poucas publicações sobre esse tema. Assim, neste artigo, descrevemos os principais resultados e os diferentes aspectos abordados nos significados do dinheiro no tocante aos aspectos conceituais e teóricos (níveis de análise) e metodológicos (operacionais). Utilizamos os dados provenientes de publicações, encontradas nas bases de dados indexadas, entre os anos de 2000 e 2014. Destas, identificamos três níveis de análise (intraindividual, interindividual-social e ideológico), um predomínio do uso de questionários estruturados e de participantes universitários e uma ênfase na identificação dos significados atribuídos ao dinheiro. Discutimos a necessidade de modelos explicativos mais integradores, que considerem os diversos contextos sob os quais emergem tais significados, assim como o desenvolvimento de pesquisas que abordem a aplicabilidade dos resultados encontrados.
    Palavras chave:
  • Significados do dinheiro
  • Níveis de análise
  • Estudos sobre dinheiro
Studies related to the meanings of money have shown empirically its multidimensional character. Despite the social relevance of the subject there has been only few publications related to it. Thus in this article we descried the main findings and the meanings of money in different aspects: conceptual, theoretical (levels of analysis) and methodological (operational). We use data from publications from 2000-2014 found in indexed databases. From these we have identified three levels of analysis (intraindividual, interindividual-social and ideological), predominance of the use of structured questionnaires and participants with a university background as well as an emphasis to identify the meanings attributed to money. We discussed the need for more integrative explanatory models that consider the various contexts from which such meanings emerge, as well as the development of research that addresses the applicability of the results.
    Keywords:
  • Meanings of Money
  • Levels of Analysis
  • Money Studies

1 Introdução

Embora não haja uma definição satisfatória acerca do dinheiro, ele tem sido tratado nas ciências sociais como uma convenção social (Furnham, 2014; Furnham & Argyle, 2000; Sánchez, 2005; Weatherford, 2005; Zelizer, 1989). As transformações sofridas ao longo da história fizeram desse fenômeno um símbolo de troca altamente sofisticado (Dodd, 1997), contribuindo para que assumisse um papel relevante nas sociedades capitalistas (Marx, 1890/1980; Simmel, 1907/2005; Weber, 1920/2004) ao tornar-se a principal forma de recompensa do trabalho (salário/remuneração) e, por consequência, um objeto potencialmente valorizado pelas pessoas. Na psicologia, estudos voltados ao contexto do trabalho demonstram, em maior ou menor grau, a influência do dinheiro como um instrumento econômico, em temas como motivação (Pérez-Ramos, 1990), satisfação (Martinez & Paraguay, 2003) e significados do trabalho (Bendassolli & Borges-Andrade, 2011; Borges & Tamayo; 2001; MOW, 1987). Apesar de as características utilitárias serem mais frequentemente exploradas, especialmente nas ciências econômicas, para Viviana Zelizer (1989), são as dimensões extraeconômicas que conferem ao dinheiro sua base social. Essas dimensões são, na realidade, símbolos produzidos na socialização humana, o que, para Gustavo Gusmán (2000), refletem aspectos das experiências individuais e dos contextos socioculturais, nos quais se insere toda a atividade humana, em uma relação dialética.

Como tema de investigação, os estudos sobre os significados do dinheiro surgiram de forma mais sistematizada a partir da década de 1970, com a publicação de Paul Wernimont e Susan Fitzpatrick (1972). Eles propuseram que os significados atribuídos ao dinheiro provêm das experiências de aprendizagem das pessoas. Exploraram, então, tais significados por meio de um questionário estruturado, desenvolvidos por eles para esse fim, aplicados em distintos grupos de participantes, que se diferenciaram quanto à ocupação e a características sociodemográficas (p. ex., sexo e nível socioeconômico). Os resultados confirmaram o pressuposto, indicando percepções positivas (Aceitabilidade Social, Segurança Confortável) e negativas (Fracasso e Vergonha, Indiferença, Pecado Moral) relacionadas ao dinheiro.

Pesquisas posteriores exploraram essa temática, mas centrando-se nas atitudes e crenças das pessoas frente ao dinheiro (Furnham, 1984; Tang, 1992; Yamauchi & Templer, 1982). Tais pesquisas foram relacionadas aos estudos sobre os significados do dinheiro (Moreira, 2000), embora que autores como Carlos Pimentel, Taciano Milfont, Valdiney Gouveia, Luis Augusto Mendes e Kátia Vione (2012) fizeram distinção entre esses estudos, sobretudo no que diz respeito ao que os instrumentos utilizados se propuseram a medir (as atitudes ou os significados). Essa distinção, no entanto, nem sempre está clara. Miriam Tatzel (2002), por exemplo, apresentou como instrumentos de medida dos significados do dinheiro aqueles relativos às atitudes. Em que pese à falta de clareza, podemos considerar ambos os fenômenos inter-relacionados, haja vista que

as dimensões cognitivas tanto das atitudes (Torres & Carneiro, 2015) como dos significados (Bruner, 1997) estão presentes nos referidos estudos. Sob uma perspectiva mais cultural nos estudos sobre a sociologia do dinheiro, Wayne Baker e Jason Jimerson (1992) situaram as atitudes e as crenças dos indivíduos acerca do dinheiro em um nível micro, enquanto que os sistemas de significados associados ao dinheiro estariam em um nível macro de análise. A despeito de tais diferenciações, tanto as pesquisas relacionadas às atitudes como aquelas que as tomaram como modelo de investigação (p. ex., Engelberg & Sjöberg, 2006; Lai, 2010; Tang & Kim, 1999) contribuíram para o desenvolvimento do referido tema, ao evidenciarem empiricamente a diversidade de significados associados ao dinheiro, a ambiguidade e contradição presentes na composição desses significados e a influência de características individuais (p. ex., sexo, idade, renda e posição social) nesse processo.

No que concerne ao estudo dos significados do dinheiro, observamos que as publicações sobre o tema são escassas e que carecem de análises mais profundas sobre sua contribuição teórica, bem como sobre seus principais achados. Nessa perspectiva, objetivamos contribuir para descrever o estado da arte das pesquisas sobre os significados do dinheiro no tocante aos aspectos conceituais e ao modo como têm sido abordados na literatura (metodológico-operacionais) e aos resultados encontrados, buscando identificar avanços e desafios para a pesquisa sobre o tema. Para tanto, utilizamos o conceito de níveis de análises (Álvaro, Garrido, Schweiger & Torregrosa, 2007; Doise, 1986; Ritzer, 2002) para compreender o modo como o referido tema tem sido abordado nessas pesquisas.

2 Os níveis de análise como ferramenta de estudo

Para Willem Doise (1986), análises de fenômenos psicossociais, devido sua natureza complexa, devem ter em conta os diversos aspectos da realidade social que os influencia. Nessa compreensão, o autor distinguiu quatro níveis de análise comumente utilizados nos estudos desenvolvidos em psicologia social e que, uma vez articulados, permitem uma melhor apreensão desses fenômenos. O primeiro nível, intraindividual, focaliza os aspectos cognitivos e afetivos na compreensão do comportamento das pessoas. O fenômeno, então, é explicado a partir das respostas dos indivíduos frente ao meio social do qual fazem parte.

O segundo, interindividual, concentra-se nas relações interpessoais em uma dada situação. O foco, nesse caso, está em compreender a dinâmica da interação entre os indivíduos e o ambiente social para explicar determinado fenômeno. O nível social considera as interações grupais a partir das diferentes posições sociais que os indivíduos ocupam dentro de um determinado contexto. Embora os níveis interindividual e social sejam tomados por Doise (1986) como dimensões explicativas diferenciadas, consideramos que tais níveis podem ser abordados conjuntamente, visto que ambos enfatizam os aspectos sociais para compreensão das vertentes micro (interação) e/ou grupal. Por último, o nível ideológico tem como foco os sistemas de crenças e normas que moldam a estrutura social, da qual os indivíduos fazem parte. Nesse nível, as influências dos contextos culturais, históricos e sociais sobre os demais níveis são levadas em conta para compreensão do fenômeno.

As críticas tecidas por Doise (1986) sobre o modo como esses níveis têm sido utilizados em psicologia social referem-se ao fato de que muitos investigadores focalizam apenas um desses níveis. As discussões tornam-se mais empobrecidas, já que tais níveis, separadamente, não conseguem apreender uma realidade que, como já sinalizado, é complexa. A relação entre os níveis de explicação, portanto, deve ser, segundo o autor, de complementariedade.

Corroborando, George Ritzer (2002) considerou que as dimensões micro (fenômenos psicológicos) e macro (de caráter institucional), além de demarcarem diferentes níveis de análise da realidade social, devem ser vistas como articulado em um contínuo no estudo dos fenômenos psicossociais. Por outro caminho, autores como Dominique Lhuilier (2014), Peter Hall e Rosemary Taylor (2003) e Eliana Castro e José Newton Araújo (1994) apontaram para a articulação entre as referidas dimensões, ao destacarem os grupos, as organizações e as instituições como objetos privilegiados de análise dos fenômenos psicossociais, por serem espaços de manifestação e regulação tanto dos processos individuais como os de caráter societal. Outros autores como José Luis Álvaro et al. (2007) avançaram na discussão ao demonstrarem que, em ciências sociais, a integração entre as dimensões micro e macro implica o surgimento de novos aspectos da realidade a serem analisados, os quais não poderiam ser observados isoladamente.

Compreendemos, então, que a articulação entre os níveis de análise pode contribuir para a compreensão e o avanço dos estudos sobre os significados do dinheiro. Assim, com base na discussão anterior de autores como Álvaro et al. (2007), Doise (1986) e Ritzer (2002), utilizaremos o conceito de níveis de análise (intraindividual, interindividual-social e ideológico) como ferramenta heurística na análise dos estudos sobre os significados do dinheiro.

3 Procedimentos metodológicos

Para a consecução do objetivo proposto, realizamos levantamentos de publicações, nacionais e estrangeiras, nas bases indexadas do Scielo, do PePSIC, do PsycoINFO e do ProQUEST, além de dissertações e de teses brasileiras. A escolha das referidas bases se deve ao fato de serem reconhecidas como as que apresentam um número elevado de publicação de artigos científicos no campo da Psicologia. Selecionamos, em tais bases, os textos que focalizaram a análise dos significados do dinheiro. Dessa forma, utilizamos para as buscas o referido termo e suas respectivas versões em inglês meaning(s) of money e em espanhol significado(s) del dinero. Acerca do período de publicação, optamos por restringi-lo entre os anos 2000 e 2014, por considerá-lo mais contemporâneo às transformações sofridas no mundo recentemente e, ao mesmo tempo, cobrir um período suficientemente amplo para observar as mudanças relativas às pesquisas neste âmbito específico. Por fim, consideramos apenas publicações cujos participantes estudados fossem adultos e também aquelas que realizaram análises documentais. A fim de responder ao objetivo proposto, concentramos nossas análises em: (1) identificar o modo como os significados do dinheiro têm sido abordados nas pesquisas e os significados encontrados; (2) identificar o nível de explicação (intraindividual, interindividual-social, ideológico) adotado na pesquisa; (3) identificar as opções metodológicas predominantes nas pesquisas no que se referem ao desenho e às técnicas de coleta de dados, instrumentos e participantes; e (4) apresentar os principais resultados encontrados. O conjunto desses objetivos permitirá elucidar as contribuições e os desafios para as pesquisas futuras sobre o tema.

4 Resultados

4.1 Níveis de análise e significados do dinheiro

Tendo em vista os níveis de análise já propostos por Álvaro et al. (2007), Doise (1986) e Ritzer (2002), identificamos as pesquisas na literatura consultada, segundo o que denominamos de abordagens intraindividual, interindividual-social e ideológica (Tabela 1). Assim, consideramos como abordagem intraindividual aqueles estudos em que o foco principal incidiu sobre as cognições ou comportamentos das pessoas e/ou partiram de conceitos psicológicos tradicionais, como autoestima e emoção. Diferenciamos esses estudos em duas perspectivas. A primeira apresentou um foco na resposta individual, referindo-se a publicações que estudaram respostas dos indivíduos diante das relações com o meio circundante. Assim, em Xinyue Zhou, Kathleen Vohs e Roy Baumeister (2009), os significados do dinheiro foram tomados como uma resposta psicológica das pessoas à busca de aceitação social e alívio da dor. Em Júlio César Oliveira (2010) e em Gregory Rose e Linda Orr (2007), por sua vez, os significados do dinheiro foram a explicação para outros comportamentos, respectivamente: a escolha profissional e o consumo.

Autor (ano) Nível de análise Significados do dinheiro
Abordagem Intraindividual: foco na resposta individual
Oliveira (2010) Focaliza nos comportamentos individuais (escolhas profissionais) como respostas ao valor atribuído ao dinheiro. Conflito, Felicidade, Poder, Preocupação, Desenvolvimento Sociocultural, Desapego, Complexidade, Evolução, Status Social, Desigualdade Social, Estabilidade, Prazer, Desenvolvimento Tecnológico, Igualdade Social
Rose e Orr (2007) Centram-se nas condutas individuais de consumo como ações influídas pelos significados do dinheiro. Realização, Status, Preocupação e Segurança
Zhou, Vohs e Baumeister (2009) Privilegiam os comportamentos de rejeição/aceitação social e dor/alívio físico que os indivíduos manifestam como reação aos valores atribuídos ao dinheiro. Força, Eficácia, Confiança
Abordagem Intraindividual: cognitivas/afetivas
Furnham, Wilson e Telford (2012) Destacam as diferenças individuais e os processos afetivos vinculados aos valores atribuídos ao dinheiro. Poder, Liberdade, Segurança, Amor
Juneman, Meinarno e Rahardjo (2012) Dão ênfase aos aspectos cognitivos da identidade e afetivos (autoestima) como preditores dos valores associados ao dinheiro. Controle, Motivacional, Desempenho, Gastos
Lunardi (2012) Aponta as diferenças individuais (idade, sexo, renda, etc.) e os processos cognitivos (finanças pessoais) como aspectos ligados a importância dada a diferentes dimensões do dinheiro. Conflito, Poder Positivo, Progresso, Prazer, Cultura, Poder Negativo, Desapego, Sofrimento, Generosidade, Estabilidade
Vieira, Ceretta, Melz e Gastardelo (2014) Exploram as diferenças individuais (sexo, estado civil, renda, etc.), tomando-as como explicação para os distintos valores do dinheiro. Conflito, Progresso, Cultura, Desigualdade, Poder, Prazer, Estabilidade, Sofrimento, Preocupação, Relacionamento, Desapego
Abordagem Interindividual-social
Barros (2012) Privilegia as relações intergrupais e o contexto ocupacional como aspectos que influenciam o processo de significação do dinheiro. Transcendente, Desigualdade, Altruísmo, Sofrimento, Prazer, Conflito
Moreira (2000) Explora as diferenças intergrupais e contextuais, tomando-as como explicação para os distintos valores atribuídos ao dinheiro. Prazer, Poder, Conflito, Desapego, Progresso, Cultura
Moreira (2002) Explora a relação entre as características sociais e regionais como aspectos influenciadores na construção de valores associados ao dinheiro. Estabilidade, Desigualdade, Progresso, Cultura, Conflito, Desapego, Poder, Prazer, Sofrimento
Távora (2003) Explora as diferenças intergrupais no contexto laboral como explicação para os significados associados ao dinheiro. Harmonia (uniu Transcendência e Prazer), Desigualdade, Conflito, Altruísmo
Abordagem Ideológica: culturalista
Dell'Orto e Doyle (2001) Destacam as tradições sociais e culturais como aspectos mediadores na percepção simbólica do dinheiro. Analítico, Expressivo
Doyle e Li (2001) Exploram as crenças e os valores presentes em distintas culturas para compreender as construções simbólicas associadas ao dinheiro. Aquisitivo, Afiliativo
Dutta-Bergman e Doyle (2001) Dão ênfase à cultura como mediadora no processo de significação do dinheiro, buscando semelhanças e distinções nos discursos presentes em diferentes contextos culturais. Dualidade (bem/mau), Experiência (utilidade)

Tabela 1

Nível de análise e significados do dinheiro

A segunda perspectiva diz respeito às dimensões cognitivas/afetivas, remetendo a publicações (Furnham, Wilson, & Telford, 2012; Juneman, Meinarno, & Rahardjo, 2012; Lunardi, 2012) que detalharam sistematicamente os diferentes valores atribuídos ao dinheiro e aquelas que explicaram como tais valores são elaborados, partindo do processamento da informação, da afetividade e/ou de características individuais (Tabela 1). Incluímos também aqueles estudos que exploraram as relações entre os valores dados ao dinheiro e de outro fenômeno cognitivo-comportamental, como a propensão ao endividamento (Vieira, Ceretta, Melz, & Gastardelo, 2014).

Sobre as pesquisas situadas na abordagem intraindividual, consideramos necessárias algumas observações. Na pesquisa de Zhou et al. (2009), encontramos elementos da abordagem interindividual-social, na medida em que os estudos realizados ocorreram em situações grupais e as orientações dos pesquisadores eram direcionadas aos grupos. Contudo, o nível de explicação predominante foi o intraindividual, uma vez que as análises centraram-se nas respostas cognitivas dos indivíduos. Além disso, eles buscaram relacionar a visão sobre o dinheiro às respostas dos participantes à percepção de dor física e de rejeição versus aceitação social. Consideramos que os conceitos de rejeição e aceitação social poderiam igualmente remeter ao nível interindividual-social de análise, tendo em vista que são fenômenos que emergem nas interações intergrupais. Porém, não é essa a perspectiva explicitada pelos autores, que os trata como características dos comportamentos dos indivíduos.

Nas publicações de Adrian Furnham et al. (2012) e Gregory Rose e Linda Orr (2007), também encontramos elementos da abordagem interindividual-social. Em ambas as publicações, os autores apresentaram algumas diferenças de percepção dos significados do dinheiro a partir da pertença grupal em função das posições sociopolíticas, religiosas ou étnicas e das dinâmicas intergrupais geradas no caso da primeira, e de categorias grupais, no caso da segunda. Contudo, ambas as pesquisas referem-se à mensuração dos valores atribuídos ao dinheiro e tiveram como foco de análise sua identificação (p. ex., prazer, liberdade, realização e status, etc.).

Na abordagem interindividual-social, entendemos aqueles estudos que focalizaram as relações intergrupais para explicar os significados do dinheiro, tendo em vista os aspectos do contexto social dos participantes (Tabela 1). Na investigação de Alice Moreira (2000; 2002), por exemplo, os significados do dinheiro foram explicados a partir das diferenças grupais em contextos socioeconômicos distintos. Embora esses estudos tenham tratado sistematicamente dos significados do dinheiro, o foco de análise foi compreender a variabilidade desses significados (p. ex., prazer, poder, progresso, cultura, etc.) a partir das relações grupais investigadas.

Os estudos de Gilce Távora (2003) e de Sabrina Barros (2012) exploraram as relações entre os significados do dinheiro e os de outro fenômeno cognitivo (significado do salário e significado do trabalho, respectivamente). Semelhantemente, encontramos nesses dois estudos uma sistematização dos significados do dinheiro. Contudo, o foco principal de análise foi compreender tais relações a partir de coletivos (funções de trabalho e comparação entre organizações, respectivamente), bem como das especificidades dos contextos ocupacionais analisados e, portanto, categorizamos como pertencendo à abordagem interindividual-social.

Finalmente, na abordagem ideológica, consideramos os estudos (Dell’Orto & Doyle, 2001; Doyle & Li, 2001; Dutta-Bergman & Doyle, 2001) em que a cultura assumiu posição central na explicação dos significados do dinheiro, remetendo a uma análise macrossociológica (Tabela 1). Nessas pesquisas, os aspectos simbólicos foram compreendidos sob uma perspectiva transcultural, pois consideraram as variações de significados entre as nações investigadas.

Acerca dos significados do dinheiro identificados nas pesquisas analisadas (Tabela 1), observamos diferenças nos tipos desses significados, dentre os quais distinguimos aqui como aqueles baseados no interesse individual e aqueles baseados no interesse coletivo. Como exemplo, no primeiro caso, encontramos significados como liberdade (ganho de tempo livre para alcançar interesses pessoais) (Furnham et al., 2012), gastos (o quanto o indivíduo pode comprar as coisas que deseja) (Juneman et al., 2012), realização e status (símbolo de sucesso pessoal) (Rose & Orr, 2007) e confiança (poder resolver problemas e satisfazer as necessidades) (Zhou et al., 2009). E, no segundo, significados como desigualdade (fonte de exclusão social e preconceito) (Moreira, 2002; Oliveira, 2010; Vieira et al., 2014), altruísmo (contribuir para o crescimento e progresso do país) e transcendência (associado à espiritualidade torna-se um meio de ajudar o próximo, gerando prosperidade social) (Barros, 2012; Távora, 2003). Além disso, a exceção de preocupação, que representa a ansiedade que uma pessoa sente em relação ao dinheiro (Rose & Orr, 2007), e de dualidade, que considera o dinheiro simultaneamente como algo bom e ruim (Dutta-Bergman & Doyle, 2001), os demais significados identificados nessas publicações (Tabela 1), bem como nas de Kenneth Doyle e Yulian Li (2001), Giovanna Dell'Orto e Kenneth Doyle (2001), Juneman, et al. (2012), Adrian Furnham, et al. (2012) e Xinyue Zhou, et al. (2009) apresentaram uma imagem mais positiva sobre o dinheiro. Na pesquisa desenvolvida por Moreira (2000; 2002), por sua vez, assim como aquelas que a tomaram como modelo de investigação (Barros, 2012; Lunardi, 2012; Oliveira, 2010; Távora, 2003; Vieira et al., 2014), os aspectos simbólicos do dinheiro apresentaram um caráter dialético, em que o bom e o ruim aparecem no conjunto dos significados identificados, corroborando as contradições e ambiguidades sinalizadas por alguns desses autores acerca do capitalismo. Nelas, houve uma maior recorrência de conteúdos negativos, sendo os mais frequentes o conflito, o sofrimento e a desigualdade.

As discussões sobre os níveis de análise e os significados do dinheiro nessas pesquisas nos permitem ao menos duas reflexões. Primeiro, apesar das diferentes perspectivas teóricas adotadas, a diversidade de significados atribuídos ao dinheiro ilustra a sua importância como valor social (Dodd, 1997; Zelizer, 1989). Segundo, as pesquisas consultadas, de modo geral, têm se preocupado em demonstrar que o dinheiro assume diferentes sentidos e/ou significados para as pessoas, mas os aspectos sociais que atravessam o fenômeno têm sido por vezes, ignorados. Se a construção de significados é um processo eminentemente social, então, refletir sobre a forma como atribuímos significados às nossas experiências com o dinheiro, deve nos conduzir a outra reflexão, que diz respeito aos contextos sociais e culturais sob os quais determinadas crenças estão sendo interiorizadas.

4.2 Opções metodológicas prevalentes nas publicações

Para as análises das opções metodológicas, nos concentramos no tipo de desenho, nos instrumentos utilizados e nos participantes. No caso de pesquisas documentais, consideramos também as comparações realizadas entre os países. Acerca dos participantes, de modo geral, as pesquisas privilegiaram o contexto universitário. Significa dizer que nos estudos sobre os significados do dinheiro, tem prevalecido um público com nível de instrução mais elevado. Mesmo no caso da pesquisa de Furnham et al. (2012) que enviou os questionários para a população em geral da região metropolitana de Londres, descreveram que 63,5% da amostra possui formação educacional variando entre graduação incompleta e pós-graduação (Tabela 2).

No entanto, nas publicações que classificamos como abordagem interindividual-social, não houve predomínio do contexto universitário, sendo que metade delas desenvolveu a pesquisa com trabalhadores. Nessa abordagem, encontramos pesquisas cujos participantes possuíam instrução intermediária, a partir do Ensino Médio incompleto (Moreira, 2002), ou possuíam instrução a partir do Ensino Fundamental completo (Távora, 2003). Apenas uma das publicações consultadas (Barros, 2012) incluiu participantes sem instrução formal ou com Ensino Fundamental incompleto. Em se tratando de países mais desenvolvidos e industrializados (p. ex., Furnham, et al., 2012; Rose & Orr, 2007), é provável que as diferenças entre os níveis educacionais não sejam tão acentuadas como no Brasil, onde se desenvolveu as referidas pesquisas. O censo demográfico do país apontou que em 2010, a instrução de 49,3% dos brasileiros de 25 anos ou mais de idade variou de não possuir instrução formal até o Ensino Fundamental incompleto, enquanto para 25,0% variou do Ensino Médio completo ao Ensino Superior incompleto (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2012).

Autor (ano) Desing/Instrumento Participantes (país)
Vieira, Ceretta, Melz e Gastardelo (2014) Pesquisa de campo: parte da ESD* Universitários (Brasil)
Barros (2012) Pesquisa de campo: ESD II**; entrevistas semiestruturadas Operários de edificações (Brasil)
Furnham, Wilson e Telford (2012) Pesquisa de campo: Questionário estruturado Londrinos (Inglaterra)
Juneman, Meinarno e Rahardjo (2012) Pesquisa de campo: Questionário estruturado Universitários (Indonésia)
Lunardi (2012) Pesquisa de campo: parte da ESD* Universitários (Brasil)
Oliveira (2010) Pesquisa de campo: ESD*; duas questões fechadas Universitários (Brasil)
Zhou, Vohs e Baumeister (2009) Experimento de laboratório: Atividades grupais Universitários (China)
Rose e Orr (2007) Pesquisa de campo: Questionários estruturados Universitários, adultos não-estudantes, casais e membros de redes virtuais (Estados Unidos)
Távora (2003) Pesquisa de campo: ESD II** Motoristas e cobradores de transporte público (Brasil)
Moreira (2002) Pesquisa de campo: ESD*

Brasileiros

(Brasil)

Dell'Orto e Doyle (2001) Análise documental: textos literários; Pesquisa de campo: questionários abertos Italianos e suíços (Itália e Suíça)
Doyle e Li (2001) Análise documental: provérbios - (China e Japão)
Dutta-Bergman e Doyle (2001) Análise documental: textos literários - (Índia e Grã-Bretanha)
Moreira (2000) Pesquisa de campo: ESD* Universitários (Brasil e Inglaterra)
* Escala do Significado do Dinheiro.
** Escala do Significado do Dinheiro reduzida.

Tabela 2

Síntese dos participantes e instrumentos adotados nos estudos sobre os significados do dinheiro

A escassez de pesquisas que consideram populações com baixa instrução não é restrita aos estudos sobre os significados do dinheiro. Livia Borges e José Pinheiro (2002), a partir de reflexões sobre a produção desenvolvida no campo da Psicologia do Trabalho e das Organizações, já sinalizavam o predomínio de pesquisas acerca de ocupações cujos trabalhadores possuam instrução mais elevada, sendo corroborado por Hugo Brandão (2007) e por Sonia Gondim, Jairo Borges-Andrade e Antônio Bastos (2010). Dentre algumas razões elencadas, destacam o fato das técnicas de coleta de dados usuais serem mais acessíveis ao público mais instruído, fazendo com que pesquisadores evitem coletar dados das camadas menos instruídas. A consequência mais imediata disso está na impossibilidade de generalizações e de aplicações dos resultados encontrados, ofuscando a relevância social dessas pesquisas. Tal discussão pode ser aplicada aos estudos sobre os significados do dinheiro. Ampliar as investigações incluindo populações que possuam um nível educacional menos favorecido, permite também ampliar o número de ocupações estudadas, favorecendo uma reflexão que aponte especificidades de outras profissões e ocupações, e, ao mesmo tempo, gradualmente promover uma melhor apropriação do contexto brasileiro.

No que diz respeito ao tipo de instrumentos de pesquisa, observamos o predomínio de questionários estruturados (Tabela 2). Entre as pesquisas consultadas, Dell’Orto e Dolye (2001) combinaram duas técnicas de coleta de dados, levantamento de documento e entrevista, embora a técnica de análise empregada tenha sido, ao que parece, a mesma: análise interpretativa dos textos e das respostas dos participantes. Barros (2012) utilizou mais de uma técnica, empregando análises estatísticas e de conteúdo, conforme a característica dos instrumentos de coleta de dados: questionários estruturados e entrevistas semiestruturadas, respectivamente. Diversos autores (Álvaro, 1995; Deslandes, 2010; Katzell, 1994; Minayo, Souza, Constatino, & Santos, 2010; Valles, 2007) têm recomendado combinar diferentes técnicas de análise, pois tal procedimento favorece análises mais complexas e robustas. Questões como essas precisam ser debatidas e inseridas nos estudos sobre os significados do dinheiro.

4.3 Principais resultados, contribuições e desafios

No que se refere às contribuições, considerando os resultados (Tabela 3) em conjunto, compreendemos que eles evidenciam a multidimensionalidade dos significados do dinheiro, bem como, de forma indireta, sua imbricação na vida contemporânea sob o sistema capitalista, já que se mostra capaz de predizer outros fenômenos (p. ex., consumo, escolha profissional, propensão ao endividamento) e de ser predito (p. ex., valores humanos). Além disso, evidencia o caráter institucional do dinheiro, já que a produção de seus significados reflete os hábitos e compartilhamentos sociais de formas de pensar e agir, os quais, por sua vez, são legitimados nas esferas sociais e culturais (Silva, Pereira, & Alcântara, 2012).

A partir dos resultados que apontaram influências de variáveis sociodemográficas, políticas e ocupacionais, podemos também compreender que a inserção em determinadas condições de vida e trabalho se expressam na percepção do que representa o dinheiro. O que indica que a construção de significados do dinheiro é sensível às especificidades dos contextos sociais em que os diferentes grupos de participantes estão sujeitos.

Autor (ano) Principais resultados
Vieira, Ceretta, Melz e Gastardelo (2014) Predição dos impactos dos significados do dinheiro, como Cultura, Preocupação (impacto positivo) e Desapego (impacto negativo) na propensão ao endividamento.
Barros (2012) Predição dos significados do dinheiro, como Conflito, pela definição do que o trabalho deve ser como fonte de realização e independência econômica, bem como pela percepção do trabalho concreto como esforço corporal, desumanização, reconhecimento e justiça.
Furnham, Wilson e Telford (2012) Fundamentos emocionais do dinheiro; predição da instrução e da posição política nos significados do dinheiro, como Liberdade e Poder; construção de um instrumento de medida dos significados do dinheiro.
Juneman, Meinarno e Rahardjo (2012) Predição do significado do dinheiro pela valorização do princípio cultural da participação da população nas decisões políticas (Pancasila*) e pela autoestima.
Lunardi (2012) Detalhamento e descrição discursiva dos significados do dinheiro.
Oliveira (2010) Predição da escolha profissional segundo critérios econômicos pelos significados do dinheiro referentes à Felicidade, Status social, Desenvolvimento tecnológico, Desigualdade social e Estabilidade e preocupação.
Zhou, Vohs e Baumeister (2009) A importância atribuída ao dinheiro como estratégia/resposta de redução da dor física e construção da aceitação social.
Rose e Orr (2007) Relação entre comprar compulsivamente e os significados do dinheiro; construção de um instrumento de medida dos significados do dinheiro.
Távora (2003) Predição do significado do salário, como Realização, pela dimensão Harmonia do significado do dinheiro.
Moreira (2002) Diferenças na percepção dos significados do dinheiro por regiões brasileiras.
Dell'Orto e Doyle (2001) Influência de aspectos culturais (p. ex., valorização do guardar dinheiro pelos suíços versus do gastar com os amigos, pelos italianos) nos significados do dinheiro.
Doyle e Li (2001) Os japoneses associam o dinheiro a conteúdos como competitividade, agressividade e impaciência, enquanto os chineses a conteúdos como sensível, agradável e dependente.
Dutta-Bergman e Doyle (2001) Percepção dual do dinheiro como um bem e um mal pelos britânicos versus expressão das experiências de vida pelos indianos.
Moreira (2000) Predição do significado do dinheiro por tipos de valores humanos, controlado pelas características demográficas, por regiões e pelo país (Brasil e Inglaterra).
* A Pancasila representa princípios ideológicos do estado da República da Indonésia (Juneman, et al., 2012).

Tabela 3

Síntese dos principais resultados nos estudos sobre os significados do dinheiro

Por conseguinte, explorar tais especificidades, tendo em vista a integração de diferentes níveis de análise, contribuirá para clarear as relações encontradas entre os significados do dinheiro e certos comportamentos (p. ex., consumo, escolha profissional e propensão ao endividamento), bem como aprofundar as discussões ampliando-as para a compreensão do papel que esses significados têm cumprido na vida das pessoas e como o contexto tem contribuído ou limitado as ações dessas pessoas em seu meio. Entendemos como um desafio clarear essas relações, tanto quanto explorar outros comportamentos.

As pesquisas, de uma maneira geral, abordaram pouco a aplicabilidade dos resultados, tendo em vista a melhoria da vida das pessoas. É um desafio, portanto, pensar o que significam esses resultados em termos de educação financeira, planejamento de carreira, escolha profissional, entre outros aspectos. Qual a implicação desses resultados no planejamento de políticas públicas de salário? Por exemplo, se o dinheiro, além de sua função manifesta como a satisfação de necessidades pessoais (Jahoda, 1987), tem também um significado associado à obtenção de aceitação social, qual seria o impacto dos baixos salários no bem-estar psíquico das pessoas? A frequência dos significados desfavoráveis (p. ex., Conflito, Desigualdade) estaria relacionada a uma ação imediatista e falta de investimento em planejar a vida em longo prazo? Estaria relacionado a uma aparente resignação socioeconômica?

5 Considerações finais

Retomando os níveis de análise para os estudos sobre os significados do dinheiro, consideramos que, nas publicações aqui revisadas, tais análises têm se concentrado mais frequentemente em apenas um desses níveis. Portanto, não podemos afirmar que existam modelos integradores. Avaliamos que a articulação de tais níveis explicativos ainda é incipiente. Aparece de maneira mais explícita na abordagem interindividual-social, porém demandando maior aprofundamento. Compreendemos que o significado do dinheiro é engendrado, ao mesmo tempo, por aspectos de todos os níveis de análise no contexto do sistema capitalista. Provavelmente é exatamente essa complexidade que dificulta explicitar tais níveis de análise.

Observamos, ainda, que a contextualização sociohistórica e/ou temporal, no tema de significado do dinheiro, tem sido levada a cabo mais explicitamente nas publicações consideradas ideológicas e interindividual-social. Mesmo assim, demanda aperfeiçoamentos teórico-metodológicos, que permitam clarear a identificação de cada abordagem. Por exemplo, em estudos experimentais como o de Zhou et al., (2009), não se observa nenhuma tentativa de contextualização, porém compete questionar se aceitação versus rejeição social pode ser compreendida apenas como uma elaboração psíquica ou se demanda compreensão nos níveis interpessoal-social e/ou ideológico.

Nesse sentido, consideramos que pesquisas futuras sobre os significados do dinheiro construam e/ou desenvolvam modelos explicativos mais integradores e que explorem esses significados a luz dos diversos contextos que o atravessam. Estudos que mesclem diferentes técnicas de análise podem contribuir para isso já que, como discutido anteriormente, favorecem análises mais robustas por estudar o fenômeno em diferentes perspectivas e níveis de analises. Adicionalmente, sendo o dinheiro objeto de estudo das ciências sociais, discutir sobre seus significados de maneira interdisciplinar pode beneficiar a produção teórica sobre o tema, bem como abrir novas possibilidades de investigação.

Recomendamos também que se ampliem os tipos de participantes investigados nos estudos sobre os significados do dinheiro, e que se incluam grupos da população que apresentem uma posição social menos favorecida. Pesquisas que diversifiquem o público-alvo possibilitam um maior aprofundamento na compreensão do tema, por clarear aspectos que são próprios dos contextos específicos estudados e aqueles comuns à determinada sociedade. Além disso, permitem uma apreensão mais global sobre o tema, por oferecer maior representatividade da população estudada. De modo semelhante, entendemos que mais estudos como os transculturais podem facilitar a identificação dos diversos valores e crenças, próprios de cada sociedade, que estão sendo incorporados no processo de significação do dinheiro.

Por fim, nossas considerações devem ter em conta alguns limites do presente artigo. O uso do conceito de níveis de análises como ferramenta heurística teve como propósito analisar o tipo de perspectiva analítica (intraindividual, interindividual-social e ideológica) abordado nas pesquisas sobre os significados do dinheiro. O fato de não ter sido utilizado para por em prova o modelo proposto por Doise (1986) pode ser considerado como uma limitação do estudo. Outros limites dizem respeito ao número de bases bibliográficas de periódicos consultados e a delimitação do período. Recomendamos que futuras revisões ampliem o número de bases consultadas nessas direções.

6 Referências

Álvaro, José Luis (1995). Psicología social: perspectivas teóricas y metodológicas. Madrid: Siglo Veintiuno.

Álvaro, José Luis; Garrido, Alicia; Schweiger, Inge & Torregrosa, José Ramón (2007). Introducción a la psicología social sociológica. Barcelona: Editorial UOC.

Baker, Wayne & Jimerson, Jason (1992). The sociology of money. American Behavioral Scientist, 35(6), 678-693. https://doi.org/10.1177/0002764292035006005

Barros, Sabrina Cavalcanti (2012). Os significados do dinheiro e do trabalho: um estudo com os operários da construção de edificações de Belo Horizonte/MG. Dissertação de Mestrado inédita. Universidade Federal de Minas Gerais.

Bendassolli, Pedro Fernando & Borges-Andrade, Jairo Eduardo (2011). Significado do trabalho nas indústrias criativas. Revista de Administração de Empresas, 51(2), 143-159. https://doi.org/10.1590/s0034-75902011000200003

Borges, Livia de Oliveira & Pinheiro, José de Queiroz (2002). Estratégias de coleta de dados com trabalhadores de baixa escolaridade. Estudos de Psicologia, 7(Especial), 53-63. https://doi.org/10.1590/s1413-294x2002000300007

Borges, Livia de Oliveira & Tamayo, Álvaro (2001). A estrutura cognitiva do significado do trabalho. Psicologia: Organizações e Trabalho, 1(2), 11-44.

Brandão, Hugo Pena (2007). Competências no trabalho: uma análise da produção científica brasileira. Estudos de Psicologia, 12(2), 149-158. https://doi.org/10.1590/s1413-294x2007000200007

Bruner, Jerome (1997). Actos de Significado – para uma psicologia cultural (Vanda Prazeres, Trad.). Lisboa: Edições 70.

Castro, Eliana de Moura & Araújo, José Newton Garcia (1994). Análise social e subjetiva. In Marília Novais da Mata Machado, Eliana de Moura Castro, José Newton Garcia de Araújo & Sonia Roedel (Orgs.), Psicossociologia: análise e intervenção (pp.15-23). Petrópoles: Vozes.

Dell'Orto, Giovanna & Doyle, Kenneth (2001). Poveri ma Beli: meanings of money in Italy and in Switzerland. American Behavioral Scientist, 45(2), 257-271. https://doi.org/10.1177/00027640121957169

Deslandes, Suely Ferreira (2010). Trabalho de campo: construção de dados qualitativos e quantitativos. In Maria Cecília de Souza Minayo, Simone Gonçalves de Assis & Edinilsa Ramos de Souza (Orgs.), Avaliação por triangulação de métodos: abordagens de programas sociais (pp. 157-184). Rio de Janeiro: Fiocruz.

Dodd, Nigel (1997). A Sociologia do Dinheiro (Waldivia Marchiori Portinho, Trad.). Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.

Doise, Willem (1986). Levels of explanation in social psychology. Cambridge: University Press.

Doyle, Kenneth & Li, Yulian (2001). A Within-continent Content Analysis: Meanings of Money in Chinese and Japanese Proverbs. American Behavioral Scientist, 45(2), 307-312. https://doi.org/10.1177/00027640121957079

Dutta-Gergman, Mohan & Doyle, Kenneth (2001). Money and Meaning in Indian and Great Britain: Tales of Similarities and Differences. American Behavioral Scientist, 45(2), 205-222. https://doi.org/10.1177/00027640121957132

Engelberg, Elisabeth & Sjöberg, Lennart (2006). Money Attitudes and Emotional Intelligence. Journal of Applied Social Psychology, 36(8), 2027-2047. https://doi.org/10.1111/j.0021-9029.2006.00092.x

Furnham, Adrian (1984). Many sides of the coin: The psychology of Money usage. Personality & Individual Differences, 5(5), 501-509. https://doi.org/10.1016/0191-8869(84)90025-4

Furnham, Adrian (2014). The new psychology of money. New York: Routledge.

Furnham, Adrian & Argyle, Michael (2000). A Psicologia do Dinheiro (José Manuel Freitas Cruz, Trad.). Lisboa: Sinais de Fogo.

Furnham, Adrian; Wilson, Emma & Telford, Kate (2012). The meaning of money: The validation of a short money-types measure. Personality and Individual Differences, 52, 707-711. https://doi.org/10.1016/j.paid.2011.12.020

Gondim, Sonia Maria Guedes; Borges-Andrade, Jairo Eduardo & Bastos, Antônio Virgílio Bittencourt (2010). Psicologia do Trabalho e das Organizações: produção científica e desafios metodológicos. Psicologia em Pesquisa, 4(2), 84-99.

Gusmán, Gustavo (2000). Dinero y psicología social: la dimensión simbólica de la moneda. In: Domingo Caballero, María Teresa Méndez & Juan Pastor (Eds.), La mirada psicosociológica: grupos, procesos, lenguajes y culturas (pp. 34-41). Madrid: Biblioteca Nueva.

Hall, Peter & Taylor, Rosemary (2003). As três versões do neo-institucionalismo. Lua Nova [online], 58, 193-223. https://doi.org/10.1590/s0102-64452003000100010

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) (2012). Censo demográfico 2010: trabalho e rendimento, educação e deslocamento. Acessado em http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000011363712202012375418902674.pdf

Jahoda, Marie (1987). Empleo y desempleo: un análisis socio-psicológico. Madrid: Morata.

Juneman, Eko Meinarno & Rahardjo, Wahyu (2012). Symbolic meaning of money, self-esteem, and identification with Pancasila values. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 65, 106-115. https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2012.11.099

Katzell, Raymond (1994). Contemporary Meta-Trends in Industrial and Organizational Psychology. In Harry Charalambos Triandis, Marvin Dunnette & Leaetta Hough (Orgs.), Handbook of Industrial & Organizacional Psychology, Vol. 4 (pp. 1-94). California: Palo Alto.

Lai, Chien-Wen (2010). How financial attitudes and practices influence the impulsive buying behavior of college and university students. Social Behaviorand Personality, 38(3), 373-380.

Lhuilier, Dominique (2014). Introdução à psicossociologia do trabalho. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 17(1), 5-20. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v17i1espp5-19

Lunardi, Claudia (2012). Diferentes formas de ver o dinheiro: a ótica dos jovens que vem estudar em Santa Maria. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.

Martinez, Maria Carmen & Paraguay, Ana Isabel Bruzzi Bezerra (2003). Satisfação e saúde no trabalho: aspectos conceituais e metodológicos. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho [online], 6, 59-78. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v6i0p59-78

Marx, Karl. (1890/1980). O Capital: crítica da economia política (Reginaldo Sant’Anna, Trad.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. (Originalmente publicado em 1890).

Minayo, Maria Cecília de Souza; Souza, Edinilsa Ramos; Constantino, Patrícia & Santos, Nilton César (2010). Métodos, técnicas e relações em triângulo. In Maria Cecília de Souza Minayo, Simone Gonçalves de Assis & Edinilsa Ramos de Souza (Orgs.), Avaliação por triangulação de métodos: abordagens de programas sociais (pp. 71-104). Rio de Janeiro: Fiocruz.

Moreira, Alice Silva (2000). Valores e dinheiros: um estudo das relações entre prioridades de valores e significado do dinheiro para indivíduos. Tese de doutorado não-publicada, Universidade de Brasília.

Moreira, Alice Silva (2002). Dinheiro no Brasil: um estudo comparativo do significado do dinheiro entre as regiões geográficas brasileiras. Estudos de Psicologia, 7(2), 379-387. https://doi.org/10.1590/s1413-294x2002000200019

MOW International Research Team (1987). The meaning of working. London: Academic Press.

Oliveira, Júlio César de Vargas (2010). Valores do dinheiro: uma análise da influência da percepção do dinheiro na escolha da profissão. Dissertação de mestrado inédita. Universidade Federal de Santa Maria.

Pérez-Ramos, Juan (1990). Motivação no trabalho: abordagens teóricas. Psicologia-USP [online], 1(2), 127-140.

Pimentel, Carlos Eduardo; Milfont, Taciano; Gouveia, Valdiney; Mendes, Luis Augusto Carvalho, & Vione, Kátia Correa (2012). Escala de atitudes frente ao dinheiro (MAS): Teste de modelos e poder preditivo. Interamerican Journal of Psychology, 46(2), 209-218.

Ritzer, George (2002). Teoría sociológica moderna. Madrid: McGraw-Hill.

Rose, Gregory & Orr, Linda (2007). Measuring and exploring symbolic money meanings. Psychology & Marketing, 24(9), 743–761. https://doi.org/10.1002/mar.20182

Sánchez, Celso (2005). Las identidades del dinero. Revista Española de Investigaciones Sociológicas, 111, 45-74. https://doi.org/10.2307/40184699

Silva, Edson Arlindo; Pereira, José Roberto & Alcantara, Valderí de Castro (2012). Interfaces epistemológicas sobre administração pública, institucionalismo e capital social. Cadernos EBAPE.BR [online], 10(1), 20-39. https://doi.org/10.1590/s1679-39512012000100004

Simmel, Georg (1907/2005). The Phylosophy of Money. London and New York: Routledge.

Tang, Thomas Li-Ping (1992). The meaning of money revisited. Journal of Organizational Behavior, 13(2), 197-202. https://doi.org/10.1002/job.4030130209

Tang, Thomas Li-Ping & Kim, Jwa (1999). The meaning of money among mental health workers: the endorsement of money ethic as related to organizational citizenship behavior, job, satisfaction, and commitment. Public Personnel Management, 28(1), 15-26. https://doi.org/10.1177/009102609902800102

Távora, Gilce Gondim (2003). As relações entre significado do dinheiro e significado do salário para motoristas e cobradores de transporte coletivo urbano. Dissertação de mestrado inédita. Universidade Federal do Pará.

Tatzel, Miriam (2002). ‘‘Money worlds’’ and well-being: an integration of money dispositions, materialism and price-related behavior. Journal of Economic Psychology, 23, 103-126. https://doi.org/10.1016/s0167-4870(01)00069-1

Torres, Claudio Vaz & Carneiro, Thiago Lopes (2015). Atitudes. In Pedro F. Bendassolli & Jairo Eduardo Borges-Andrade (Orgs.), Dicionário da Psicologia do Trabalho e das Organizações (pp. 95-100). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Valles, Miguel (2007). Técnicas Cualitativas de Investigación Social. Madrid: Sintesis.

Vieira, Kelmara Mendes; Ceretta, Paulo Sérgio; Melz, Laércio Juarez & Gastardelo, Tiane Alves Rocha (2014). Significados do dinheiro e propensão ao endividamento entre alunos universitários. Revista da Faculdade de Administração e Economia, 5(2), 76-103. https://doi.org/10.15603/2176-9583/refae.v5n2p76-103

Weatherford, Jack (2005). A História do Dinheiro (June Camargo, Trad.). Rio de Janeiro: Campus.

Weber, Marx (1920/2004). A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras.

Wernimont, Paul & Fitzpatrick, Susan (1972). The meaning of money. Journal of Applied Psychology, 56(3), 218-226. https://doi.org/10.1037/h0033107

Yamauchi, Kent & Templer, Donald (1982). The development of a money attitude scale. Journal of Personality Assessment, 46(5), 522-528. https://doi.org/10.1207/s15327752jpa4605_14

Zelizer, Viviana (1989). The social meaning of money: “special monies”. American Journal of Sociology, 95(2), 342-377. https://doi.org/10.1086/229272

Zhou, Xinyue; Vohs, Kathleen & Baumeister, Roy (2009). The symbolic power of money: reminders of money after social distress and physical pain. Psychological Science, 20(6), 700-706. https://doi.org/10.1111/j.1467-9280.2009.02353.x